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 vacinas

 

 
  Por terem o sistema imunológico debilitado, pessoas infectadas pelo HIV geralmente não devem receber vacinas que ajam através de bactérias ou vírus vivos. Já vacinas com organismos mortos ou inativados, não representam perigo para esses pacientes.

Diversos estudos mostram que a resposta imunológica a uma série de organismos invasores, ou a alterações originárias do próprio indivíduo, decresce proporcionalmente à diminuição do número de linfócitos CD4+. Dessa forma, espera-se que indivíduos HIV positivo sintomáticos apresentem respostas sub-ótimas às vacinas, já que estas, em sua maioria, dependem da capacidade de resposta imunológica do indivíduo para provocarem o efeito de proteção esperado. Na tentativa de obtenção de resposta imunólogica ideal, todas as vacinas devem ser dadas, portanto, o mais precocemente possível no curso da infecção pelo HIV.

Vacinas recomendadas:

Vacina contra o pneumococo - a resposta humoral é melhor na fase em que as células CD4+ estão acima de 350/mm3.

Vacina contra hepatite B - usar quando indicada. Indicações são para: usuários de drogas injetáveis, homens homossexuais sexualmente ativos, prostitutas, homens e mulheres com atividade sexual e doenças sexualmente transmissíveis ou mais de um parceiro sexual nos últimos seis meses e pessoas que vivem na mesma casa ou tiveram contato sexual com portadores do antígeno de superfície da hepatite B (Ag HbS). Recomenda-se determinação dos níveis de anticorpos anti-HBs nos indivíduos HlV-positivos no primeiro mês e seis meses após a última dose da vacina contra o HBV. Níveis maiores ou iguais a 10/ml são considerados protetores. Os pacientes que não os atingem devem receber uma a três doses adicionais.

Vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b (HlB) - a resposta provocada por vacina conjugada a proteína é mais eficiente nos estádios precoces da infecção pelo HIV. O tipo não conjugado é mais eficaz nos estágios mais tardios.

Vacina contra tétano-difteria - a recomendação geral é de uma dose de reforço a cada 10 anos.

Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR)

Vacina inativada contra poliomielite com potência aumentada - VIP e (Salk) - é preferível a vacina oral nos HIV positivo e seus comunicantes próximos.

Vacinação de Crianças Nascidas de Mães Infectadas pelo HIV

Crianças, filhas de mãe e/ou pai infectados pelo HIV, são oriundas de ambientes onde pode haver maior exposição a infecções como tuberculose e hepatite B. Por isso, a vacinação contra a tuberculose (vacina BCG-ID) e contra o vírus da hepatite B deverá ser iniciada, preferencialmente, na maternidade, logo após o nascimento. Como o tempo para a definição do diagnóstico de infecção pelo HIV é longo, não se justifica a postergação do início da vacinação das crianças assintomáticas, expostas por via vertical (durante a gravidez e o parto) ao HIV, sob o risco de deixá-las sem proteção. Recomenda-se que, durante o acompanhamento, as crianças recebam todas as vacinas do calendário oficial.

Chama-se atenção aqui para os graus variáveis de deficiência imunológica dos pais HIV positivo e para a relação com o vírus da poliomielite. No caso específico da vacina oral contra a polio, deve-se estar atento ao fato de que o vírus vacinal pode ser transmitido aos pais imunodeficientes.

Para as crianças menores de 01 ano de idade, com suspeita clínica de infecção pelo HIV/aids ou com diagnóstico definitivo de infecção pelo HIV, as possíveis modificações do calendário, segundo a classificação clínico-imunológica, são apontadas a seguir:



Calendário de imunizações para crianças infectadas pelo HIV

   

Idade (meses)

Vacina (número da dose)

0

(RN) HepB(1), BCG ID

1

HepB (2)

2

DTP or DTPa (1), Hib (1), VIP or VOP (1), VP7 (1)

4

DTP or DTPa  (2), Hib (2), VIP or VOP (2), VP7 (2)

6

DTP or DTPa (3), Hib (3), HepB (3), VOP (3), Infl. (1), VP7 (3)

7

Influenza (2)

12

Hib (4), HepB (4), Hep A (1), TV (1), Va (1), VP7(4)

15

DPT or DPTa (4), VIP (3) or VOP (4),Va (2)*

18

Hep A (2)

24

23PS (1)

48

TV (2)

HepB = hepatite B;
Hib = Haemophilus influenzae tipo b;
DTP = difteria, tétano e pertussis;
DTPa = difteria, tétano e pertussis acelular;
VIP = vacina injetável contra pólio;
VOP = vacina oral contra pólio;
VP7 = vacina contra pneumococo 7-valente;
Hep A = hepatite A;
TV = vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
Va = vacina contra varicela;
23PS = vacina polissacarídica contra pneumococo 23-valente.

A partir dos seis meses a Influenza deve ser tomada anualmente (no primeiro ano de aplicação, duas doses, com intervalo de 30 dias e uma dose nos anos subseqüentes).

Observações:

Esse calendário deve ser adaptado às circunstâncias operacionais ou epidemiológicas, sempre que necessário.

Esse calendário se aplica em sua totalidade somente às crianças comprovadamente infectadas pelo HIV.

BCG ID: deve-se administrar ao nascimento ou o mais precocemente possível. Para as crianças que chegam aos serviços ainda não vacinadas, a vacina só deve ser indicada para crianças assintomáticas e sem imunodepressão. Não se indica a revacinação de rotina.

Vacina contra hepatite B: iniciar ao nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a mãe for HbsAg positivo, aplicar simultaneamente, em outro local, imunoglobulina humana hiperimune contra hepatite B. Em caso de criança comprovadamente infectada pelo HIV, aplicar uma quarta dose, de 6 a 12 meses após a terceira, mesmo que a mãe não seja HbsAg positivo. Para as crianças com evidência clínica ou laboratorial de imunodeficiência, recomenda-se a utilização do dobro da dose de rotina.

Vacina contra poliomielite: deve-se dar preferência para a vacina inativada (VIP), duas doses com intervalos de 2 meses, iniciando aos 2 meses de idade, com reforço aos 15 meses e entre os 4 e 5 anos. As doses da série primária (3 doses no primeiro ano de vida e uma quarta dose aos 15 meses) podem ser feitas com a vacina oral (VOP), caso não esteja disponível a vacina inativada. Em crianças maiores, ou naquelas que apresentarem sinais de imunodeficiência, deve-se usar a vacina inativada (VIP), completando-se quatro doses. Crianças que convivem com pessoas imunodeficientes também devem receber a vacina inativada. Caso esteja disponível, prefere-se a utilização da DTPa (componente pertussis acelular), por causar menos reações adversas.

Podem-se utilizar vacinas combinadas como a DTP/Hib, DTPa + Hib + VIP e DTPa + Hib + VIP + HepB, com indicação potencial em casos de alterações no sangue, como por exemplo a diminuição do número de plaquetas. Deve-se ressaltar, no entanto, a inexistência de estudos que comprovem a eficácia desses esquemas em crianças infectadas.

Quando a vacina combinada que contenha DTP ou DTPa + Hib for utilizada na vacinação de rotina, no primeiro ano de vida, obrigatoriamente deverá ser aplicada a quarta dose da Hib a partir dos 12 meses de idade.

Vacina contra varicela: deve ser aplicada em crianças nas categorias N1 (crianças sem alterações clínicas e sem comprometimento imunológico) e A1 (crianças com leves alterações clínicas e sem comprometimento imunológico). Recomenda-se, caso disponível, uma segunda dose, com um intervalo mínimo de um mês e máximo de três meses.

Vacina contra Hib: as crianças maiores de 12 meses e menores de 18 anos, nunca vacinadas, devem receber duas doses, com intervalo de 12 meses.

Vacina contra influenza: deve ser aplicada a partir dos seis meses de idade e repetida em dose única anual, levando-se em conta a sazonalidade da infecção. Utiliza-se meia dose (0,25 mL) até 36 meses de idade e após essa idade, 0,5 mL. As crianças com menos de nove anos de idade, ao receberem a vacina pela primeira vez, requerem duas doses com intervalo de quatro a seis semanas.

Vacina contra pneumococo: as crianças entre 12 e 23 meses não vacinadas, ou com esquema vacinal incompleto no primeiro ano de vida, deverão receber duas doses da vacina conjugada 7-valente (VP7), com oito semanas de intervalo. As crianças entre dois e 10 anos de idade deverão receber duas doses da vacina polissacarídica (23PS), com intervalo de três anos, mesmo que tenham feito anteriormente a VP7. Os maiores de 10 anos devem receber duas doses da vacina 23PS - ministra-se a segunda dose cinco anos ou mais após a primeira. Não deve-se aplicar mais de duas doses da vacina 23PS.

Vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola): não deve ser aplicada nas crianças com sintomatologia grave (categoria clínica C) ou imunodepressão grave (categoria imunológica 3). Caso tenha recebido duas doses, não há necessidade de dose adicional.

Vacina contra hepatite A: indicada a partir dos 12 meses de idade, em duas doses, com intervalo entre seis e 12 meses.

Vacina contra febre amarela: a eficácia e segurança para os pacientes portadores do HIV não estão estabelecidas. Pode ser recomendada, levando-se em consideração a condição imunológica do paciente e a situação epidemiológica local.

A vacina conjugada contra o meningococo C, aos 3, 5 e 7 meses e a partir de 12 meses em dose única, deve ser recomendada de acordo com as condições epidemiológicas regionais ou locais.
 

Fonte: Ministério da Saúde - www.aids.gov.br
 
 
 
     

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