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No Brasil, já foram identificados cerca de 433 mil casos de
aids. Este número refere-se a identificação do primeiro caso
de aids, em 1980, até junho de 2006. A taxa de incidência foi
crescente até metade da década de 90, alcançando, em 1998,
cerca de 19 casos de aids por 100 mil habitantes.
Do total de casos de aids, cerca de 80% concentram-se nas
Regiões Sudeste e Sul. O Sudeste é a região mais atingida
desde o início da epidemia e, apesar da alta taxa de
incidência, mantém-se num processo de estabilização. Na região
Sul observa-se aumento das taxas de incidência de casos até
2003, porém com uma provável desaceleração de crescimento nos
anos mais recentes.
Os novos números da aids no Brasil apontam para uma queda
acentuada nos casos de transmissão vertical, quando o HIV é
passado da mãe para o filho, durante a gestação, o parto ou a
amamentação. A redução foi de 51,5%, entre 1996 (1.091 casos)
e 2005 (530 casos). Em 2006, de janeiro a junho, foram
notificados 109 casos nessa categoria.
Observa-se tendência de crescimento da epidemia nas pessoas
com 50 anos ou mais, entre 1996 e 2005. Na faixa etária de
50-59 anos, a taxa de incidência entre os homens passou de
18,2 para 29,8; entre as mulheres, cresceu de 6,0 para 17,3.
No mesmo período, há aumento da taxa de incidência entre
indivíduos com mais de 60 anos. Nos homens, o índice passou de
5,9 para 8,8. Nas mulheres, cresceu de 1,7 para 4,6.
Em 2004, pesquisa de abrangência nacional estimou que no
Brasil cerca de 593 mil pessoas, entre 15 a 49 anos de idade,
vivem com HIV e aids (0,61%). Deste número, cerca de 208 mil
são mulheres (0,42%) e 385 mil são homens (0,80%).
A mesma pesquisa mostra que quase 91% da população brasileira
de 15 a 54 anos citou a relação sexual como forma de
transmissão do HIV e 94% citou o uso de preservativo como
forma de prevenção da infecção. O conhecimento é maior entre
as pessoas de 25 a 39 anos, entre os mais escolarizados e
entre as pessoas residentes nas regiões Sul e Sudeste.
Os indicadores relacionados ao uso de preservativos mostram
que aproximadamente 38% da população sexualmente ativa usou
preservativo na última relação sexual, independentemente da
parceria. Este número chega a 57% quando se consideram apenas
os jovens de 15 a 24 anos. O uso de preservativos na última
relação sexual com parceiro eventual foi de 67%. A proporção
comparável em 1998 foi de 63,7%.
O país acumulou cerca de 183 mil óbitos por aids até dezembro
de 2005. Até 1995, a curva de mortalidade acompanhava a de
incidência de aids, quando atingiu a taxa de 9,7 óbitos por
100 mil habitantes. Após a introdução da política de acesso
universal ao tratamento anti-retroviral, observou-se queda na
mortalidade. A partir de 2000, evidencia-se estabilização em
cerca de 6,3 óbitos por 100 mil, embora essa tendência seja
bem mais evidente na Região Sudeste e entre os homens. Além
disso, entre 1993 e 2003, observou-se um aumento de cerca de
cinco anos na idade mediana dos óbitos por aids, em ambos os
sexos, refletindo um aumento na sobrevida dos pacientes. |